quarta-feira, março 26, 2008

As classes mais baixas da população, D e E, deixaram de ser maioria no Brasil.


Em 2007, segundo estudo da financeira Cetelem em parceria com a Ipsos, o número de brasileiros nas classes mais baixas era de 72,9 milhões, cerca de 39% da população. Isso significa que 11,9 milhões de brasileiros passaram para classes mais altas em um ano, já que, em 2006, eram 84,8 milhões de brasileiros na base.

De acordo com o estudo, a classe C recebeu, tanto das mais baixas (D e E) como das mais altas (A e B), quase 20 milhões de integrantes, passando de 66,7 milhões em 2006 para 86,2 milhões em 2007, o que significa 46% da população.
Folha Online

O grupo que está nas classes A/B, por sua vez, reduziu de 32,8 milhões de pessoas em 2006 para 28 milhões em 2007, o que representa 15% da população.

Segundo a Cetelem, a pesquisa demonstra que houve diminuição na desigualdade de renda, com uma ligeira queda da renda média das classes A/B, ascensão de um grande contingente para a classe C e um pequeno aumento da renda média das classes D/E.

Em 2005, a renda média familiar das classes A/B era R$ 2.484. Ela caiu sucessivamente para R$ 2.325 e atingiu R$ 2.217 em 2007 --o que corresponde a uma redução de cerca de 11%. Nas classes D/E, a renda média familiar subiu de R$ 545 em 2005, para R$ 571 em 2006 e depois a R$ 580 em 2007, um crescimento de pouco mais de 6%.

Já a renda média da classe C permaneceu no mesmo patamar nesses três anos: algo em torno de R$ 1.100. A pesquisa ressalta ainda que o número de pessoas que passou de D/E para C teve um aumento de sua renda média mensal de R$ 580, para os atuais R$ 1.100.

Outro destaque da pesquisa foi a melhoria da renda disponível das classes C e D/E, aquela que sobra após o pagamento de contas e obrigações financeiras. A renda disponível das classes D/E foi negativa, em 2005, em R$ 17, terminando o ano no vermelho. No entanto, em 2006, a renda disponível ficou em pouco mais de R$ 2, subindo a R$ 22 no ano passado.

A classe C também registrou aumento nesse item. Ela era R$ 122 em 2005, passou para R$ 191 em 2006 e caiu para R$ 147 em 2007. Apesar da queda de 23,04% no último ano, quando se toma todo o período, o crescimento foi de 20%. Apenas as classes A/B viram diminuir sua renda disponível, caindo de R$ 632 em 2005 para R$ 506 em 2007, uma redução de 20%.

quinta-feira, março 20, 2008

Como reconhecer um direitista enrustido?




Inspirado pelo texto do jornalista Leandro Fortes (clique aqui para ler), resolvi fazer uma listinha básica com dicas para quem quer aprender a identificar um direitista enrustido. Porque, como bem sabemos, ninguém tem coragem de admitir que é de direita no Brasil, mas prestando atenção aos discursos e atitudes das pessoas fica fácil identifica-los.

Vamos lá:

1) Como bem apontou Fortes, o direitista enrustido costuma bradar que odeia política e políticos em geral e que “não existe esse negócio de direita e esquerda”. Mas, na prática, é diferente. O cara vota no Maluf, em alguém do PFL, do PSDB ou em qualquer um que for o anti-petista ou anti-esquerdista da vez. Se Adolf Hitler em pessoa ressuscitar e chegar ao segundo turno contra Marta Suplicy, por exemplo, adivinhem só em quem ele vai votar?

2) Eles adoram xingar os abusos da Telefônica, da CPFL e os pedágios caríssimos das estradas. Enquanto você concorda, são só sorrisos. Porém, na hora que você lembra que a culpa de tudo isso recai sobre as privatizações lesa-pátria ocorridas nos oito anos de governo FHC, ele fecha a cara e começa a defendê-las, alegando que “antes a gente tinha que esperar anos pra conseguir um telefone” e que a culpa é das “agências reguladoras” (que também foram criadas pelo FHC). Aí você explica que não é contra parcerias público-privadas, desde que elas sejam feitas em favor da população e não de um grupelho de “amigos do rei”. E então faz aquela fatídica constatação: “Realmente, hoje você consegue uma linha rapidinho, só que paga as tarifas mais caras do mundo, recebe em troca um serviço horrível e não tem ninguém para reclamar”. Se depois disso a pessoa se enfurecer e começar a falar mal do Lula, do PT ou de Cuba, pode ter certeza que você está diante de um direitista.



3) Toda pessoa de direita acredita piamente que as pessoas são pobres porque querem. “O problema do Brasil é que pobre não gosta de trabalhar”, costumam repetir. De tanto ler a Veja e ver o Jornal Nacional, eles passam a crer que o sujeito mora numa favela e só consegue trabalhar de lixeiro porque “não quis estudar” ou “não se esforçou o suficiente para subir na vida”. Quando você lembra que essas pessoas não têm condições nem para comer, são obrigadas a trabalhar desde cedo largando os estudos e, devido a tudo isso, só conseguem arrumar subempregos, o direitista novamente vai fechar a cara e começar a resmungar coisas sem nexo do tipo: “Pode ser, mas se um vagabundo desses entrar na minha casa eu meto tiro!”.

4) Ainda em relação aos excluídos, o direitista vive dizendo que a solução para os problemas sociais do país é “investir em educação”. Claro que, como bom esquerdista, você vai concordar com ele. Mas você será obrigado a explicar que a direita, que governou o país desde que o Cabral invadiu essas terras, nunca investiu em cultura e em educação. Pelo contrário. E foi durante a ditadura militar que o sistema público de ensino sofreu seu golpe mais duro, ficando totalmente sucateado. Então vai lembrar que se todo mundo tivesse estudo e condições iguais para “subir na vida”, ele (ou ela) seria obrigado(a) a fazer faxina na própria casa ou a recolher o lixo da rua, já que ninguém mais precisaria se sujeitar a trabalhar nesses subempregos, exceto de forma voluntária para ajudar a comunidade - igual acontece em Cuba – ou no mínimo ganharia um salário igual ao de um médico. Pronto. Depois dessa é melhor você correr para um abrigo!

5) Pessoas de direita tendem a ser extremamente incoerentes. Via de regra, elas falam mal de tudo (política e políticos, programas na TV, filmes, jornalistas, sexualidade, música) e repetem que “o mundo está perdido”, “nada mais presta” ou “na minha época não tinha nada disso”. E geralmente terminam suas reclamações dizendo que a única solução para tudo isso é “jogar uma bomba atômica e começar tudo de novo”. Aí, logo depois, eles afirmar que são “conservadores”...

6) Conheço uma dúzia de caras, por exemplo, que adoram o Pink Floyd (até tocam suas músicas em bandas cover) enquanto repetem jargões que deixariam até um nazista envergonhado. “Vai dizer que o Roger Waters é petista agora??” costumam vociferar quando você aponta essa incongruência a eles. Obviamente, os direitistas confundem ser “de esquerda” com “ser petista” ou “ser comunista”. Quando eles cantam “Imagine”, do Lennon, com certeza não se tocam que aquela é uma música que contesta o sistema vigente que eles defendem, ou seja, é de esquerda. E aí, voltamos à lógica esquizofrênica exposta acima: o direitista enrustido é contra tudo, acha que o mundo está perdido, que o ser humano não presta e que político é tudo FDP, mas na hora das eleições, dá seu voto aos sujeitos mais conservadores, reacionários e corruptos que existem. Justamente aqueles que, além de não mudar nada, vai deixar tudo ainda pior. Justamente aqueles que, como diz Mino Carta, “querem deixar as coisas como estão para ver como é que ficam”.

7) Uma forma fácil de identificar um(a) direitista enrustido(a) é começar a falar sobre Cuba. Disfarçado no discurso “a favor da democracia e da liberdade”, você vai poder identificar todos os clichês mais obtusos que a mídia de direita usa para doutrinar os incautos. Não adianta você dizer que antes do Fidel, Cuba era uma ditadura de direita na qual a maioria esmagadora da população passava fome e não tinha direitos. Nem que, depois do Fidel, ninguém mais passa fome e todos têm acesso gratuito à educação, à saúde, à alimentação e ao transporte. Também é inútil explicar que, em Cuba, não existem crianças na rua pedindo esmola e que a maioria da população tem curso superior adquirido gratuitamente. Pois o direitista vai jogar na sua cara que em Cuba não existem carros zero km, nem telefone celular, nem shopping centers, nem DVD, nem liberdade de imprensa. Sim, trata-se da mesma pessoa que acabou de vociferar que “o mundo está perdido”, “na televisão só tem porcaria”, “jornalista é tudo safado e a imprensa é uma merda”, “hoje em dia essa molecada só quer gastar dinheiro com lixo” e “o problema do Brasil é a falta de educação e cultura”. Eu disse que coerência não é o forte deles, não disse?

8) Direitista enrustido que se preze é a favor do neoliberalismo. Não, ele não tem idéia do que é isso nem quem inventou esse negócio, mas como ouviu o Arnaldo Jabor e o Django Mainardi dizendo que era a solução para os problemas do mundo, ele acreditou. E passou a repetir tudo como um bom papagaio: são contra o Estado e as Estatais (mas não reclamam quando dinheiro público é usado para salvar bancos privados da falência), a favor das privatizações (sim, as mesmas que o fazem espumar de ódio contra a Telefônica) e pregam a “redução dos impostos” (ao mesmo tempo em que choram de raiva por terem que pagar fortunas para ter plano de saúde privado). Como são manipulados pela mídia de direita, adoram meter o pau no governo Lula, não reconhecem nenhum mérito nele e acreditam (mesmo!) que tudo de bom que acontece hoje no país é resultado do governo FHC (embora eles odeiem política e todos os políticos, inclusive os do PSDB, lembram?).



9) Outra característica marcante da turma da direita é a certeza absoluta que são donos da verdade. Quando eles falam sobre qualquer assunto, não estão emitindo uma opinião, mas sim uma verdade única e incontestável. A melhor forma de fazer um tipinho desses sair do armário e mostrar sua verdadeira face é simplesmente contestá-lo com argumentos sólidos e muita calma. Eles até vão tentar rebater, mas quando perceberem que o que estão dizendo é APENAS uma opinião e que, por mais que tentem te ridicularizar ou denegrir, você não vai mudar a sua opinião, o direitista enrustido vai então partir para ataques chulos e de cunho pessoal, como que tentando convencer os outros que o que você diz não tem valor, afinal trata-se de uma pessoa má, feia, fedida, chata ou qualquer outra coisa. Em última instância, o direitista enrustido vai perder todas as estribeiras e acabará apelando para o último recurso usado na tentativa de calar o interlocutor: ameaçar processá-lo!

E então? Você conhece um não conhece um monte de gente assim por aí? Vai ver você é uma delas. Mas não se desespere, pois sempre é hora para mudar.

E, como diz John Lennon, eu espero que um dia você possa se juntar a nós para que o mundo possa ser um só...

( Texto escrito por André Lux, O único crítico-spam da internet!)

terça-feira, março 18, 2008

ORAR

Frei Betto - Correio da Cidadania
Orar é entrar em sintonia com Deus. Há muitas maneiras de fazê-lo e não se pode dizer que esta é melhor que aquela. Há orações individuais ou coletivas, baseadas em fórmulas ou espontâneas, cantadas ou recitadas. Os salmos, por exemplo, são orações poéticas, das quais cerca de cem expressam lamentação e/ou denúncia, e cinqüenta, louvor. Nós, ocidentais, temos dificuldade de orar devido ao nosso racionalismo. Em geral, ficamos na soleira da porta, entregues à oração que se apóia nos sentidos (música, dança, mirar vitrais ou paisagens etc.) ou na razão (fórmulas, leituras, reflexões etc.). Orar é entrar em relação de amor. Como ocorre entre um casal, há níveis de aprofundamento entre o fiel e Deus. Uns oram como o namorado que fala demais no ouvido da namorada. Como se Deus fosse surdo e burro. Parecem aquela tia que liga e fala tanto, tanto, que minha mãe deixa o fone, mexe a comida nas panelas e retorna, sem que sua ausência seja percebida.

Jesus sugeriu não multiplicar as palavras. Deus conhece os nossos anseios e necessidades. O próprio Jesus, narra o evangelho, gostava de retirar-se para lugares ermos para entrar em oração. "Jesus foi para a montanha a fim de rezar. E passou toda a noite em oração a Deus" (Lucas 6, 12). Na oração, é preciso entregar-se a Deus. Deixar que ele ore em nós. Se temos resistência à oração é porque, muitas vezes, tememos a exigência de conversão que ela encerra. Parar diante de Deus é parar diante de si mesmo. Como num espelho, ao orar vemos o nosso verdadeiro perfil - dobras do egoísmo realçadas, mágoas acumuladas, inveja entranhada, apegos enrijecidos. Daí a tendência a não orar ou fazer orações que não revirem ao avesso a nossa subjetividade.

Os místicos, mestres da oração, sugerem aprendermos a meditar. Esvaziar a mente de todas as fantasias e idéias, e deixar fluir o sopro do Espírito no silêncio do coração. É um exercício cujo método a literatura mística ensina. Mas é preciso, como Jesus, reservar tempo para isso. Assim como a relação de um casal arrefece se não há momentos de intimidade, do mesmo modo a fé se debilita se não nos recolhemos em oração. Oramos para aprender a amar como Jesus amava. Só a força do Espírito dilata o coração. Portanto, uma vida de oração se avalia, não pelos momentos entregues a ela, e sim pelos frutos na vida cotidiana: os valores elencados como bem-aventuranças no Sermão da Montanha (Mateus 5, 1-12). Ou seja, pureza de coração, desprendimento, fome de justiça, compaixão, destemor nas perseguições etc.
Orar é deixar-se amar por Deus. É deixar o silêncio de Deus ressoar em nosso espírito. É permitir que ele faça morada em nós. Sem cair no farisaísmo de achar que a minha oração é melhor do que a sua, como aquele fariseu frente ao publicano (Lucas 18,9-14). Quem ora procura agir como Jesus agiria. Sem temer os conflitos decorrentes de atitudes que contradizem os antivalores da sociedade consumista e individualista em que vivemos. Orar é subverter-se a si próprio. Centrado em Deus, o orante descentra-se nos outros e imprime à sua vida a felicidade de amar porque se sabe amado. Parafraseando Jó, antes de orar se conhece a Deus "por ouvir falar". Depois, por experimentar. O que levou Jung a exclamar: "Eu não creio. Eu sei". Frei Betto é escritor, autor de "Entre todos os homens", biografia romanceada de Jesus (Editora Ática).

Álvaro Dias quer abortar CPI dos cartões

“O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) quer abortar a CPI. Quer terminar antes da hora porque ele sabe que, se essa CPI se mantiver, muitas contas do governo Fernando Henrique serão auditadas”, denuncia o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), membro da CPI mista dos Cartões. O senador tucano disse, nesta terça-feira (18), que a CPI é uma farsa, principalmente se não quebrar sigilos dos cartões. O parlamentar direitista já prega o esvaziamento da Comissão.

quinta-feira, março 13, 2008

Com novo PIB, Brasil tem IDH de 'primeiro mundo


Daniel Bramatti

"IDH sobe e Brasil entra no clube do Alto Desenvolvimento Humano"; "Para ONU, Brasil já não é um país pobre"; "Com PIB e renda maiores, país chega ao primeiro mundo da área social". Manchetes como estas estarão em todos os jornais quando a ONU atualizar, com o novo PIB brasileiro, a base de dados que alimenta o cálculo do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Para os leitores de Terra Magazine, a notícia não será novidade. Sim, o Brasil já entrou no seleto grupo de países com "alto desenvolvimento humano" - em 2005, para ser mais exato. Leia também:
»Pobreza cai desde 2001, diz secretário
»FMI erra e subestima renda dos brasileiros
»Salário mínimo alcança marca dos US$ 200

O IDH é uma espécie de nota, de zero a um, que avalia a qualidade de vida em 177 países com base nos critérios renda, escolaridade e longevidade da população.

O último relatório, publicado no ano passado a partir de estatísticas de 2004, dava ao Brasil a nota 0,792, o que o situava entre as 83 nações de "médio desenvolvimento humano" - Colômbia, Venezuela e Albânia estavam entre seus vizinhos no ranking.

A promoção para o andar superior ocorre principalmente graças a um significativo ajuste estatístico. Ao atualizar a metodologia do cálculo do Produto Interno Bruto, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) descobriu que, em 2005, éramos 10,9% mais ricos do que imaginávamos (leia aqui).

Graças a esse incremento no PIB e na renda per capita, o IDH sobe para exatos 0,800 - o mínimo necessário para o Brasil entrar no grupo de 63 países com "alto desenvolvimento humano" - liderado pela Noruega (0,965) e onde já estão os vizinhos Argentina (0,863), Chile (0,859) e Uruguai (0,851).

Com o crescimento da economia em 2006, de 3,7%, a nota brasileira sobe para 0,803. Se os dados de 2004 fossem revistos pela ONU, o IDH passaria de 0,792 para 0,797 - o país subiria três posições no ranking e empataria com a Rússia.

O recálculo do IDH foi feito por Terra Magazine, com metodologia supervisionada pelo economista Fernando Prates, da Fundação João Pinheiro, especialista no assunto. Foram usados dados do Pnud - órgão das Nações Unidas que divulga anualmente o ranking do IDH -, do IBGE e do FMI.

Nas contas não estão considerados os itens educação e longevidade, que compõem o IDH com o mesmo peso que a renda. E é quase certo que o Brasil apresentará avanços também nessas áreas - sua nota será, portanto, maior.

O Pnud considera, em sua base de dados referente a 2004, que os brasileiros têm uma esperança de vida ao nascer de 70,8 anos. Mas o IBGE, em 2005, calculou que esse índice já chegou a 71,9 anos. A esperança de vida é a estimativa do número de anos que vão viver, em média, as pessoas nascidas em um determinado ano.

Também houve avanços ainda não medidos no campo da educação. A taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais subiu de 88,6% em 2004 para 88,9% em 2005. Outro indicador considerado é a taxa bruta de matrículas, que estima o percentual de cidadãos excluídos do sistema educacional. Nesse caso ainda não há números atualizados, mas a tendência tem sido de melhora nos últimos anos.

O novo IDH não significa que, de um dia para o outro, o Brasil se transformou em paraíso social. O corte de 0,800 é arbitrário e o conceito de desenvolvimento humano é subjetivo. Estatísticas às vezes ocultam aspectos da realidade - dois países com a mesma renda per capita podem ser completamente distintos se, em um deles, a elite abocanha a maior parte da riqueza.

Mesmo com as ressalvas, não há como negar que o IDH é um dos melhores parâmetros de avaliação da eficácia das políticas públicas. E ele mostra que o país está avançando, há muito tempo. Se a miséria não foi eliminada, é cada vez menor seu peso relativo no conjunto da sociedade.

No ano passado, mesmo antes do recálculo do PIB, o Brasil já foi apontado no Relatório de Desenvolvimento Humano do Pnud como exemplo de melhoria na distribuição de renda. "A boa notícia é que a desigualdade extrema não é algo imutável. Nos últimos cinco anos, o Brasil, um dos países mais desiguais do mundo, tem combinado um sólido desempenho econômico com declínio na desigualdade de rendimentos (...) e na pobreza", dizia o texto.

Certamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva relacionará a melhora do índice aos programas sociais de seu governo. Terá bons argumentos: com Bolsa-Família, valorização do salário mínimo e quase 5 milhões de novos empregos formais, a renda dos mais pobres de fato cresceu, o que amplia acesso a alimentos e remédios e tem impacto direto no aumento da longevidade. Mas foi no governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso, que a educação básica foi praticamente universalizada.

Ainda não está claro se a ONU passará a considerar os novos números do PIB brasileiro já em 2007 ou somente em 2008. Mas é certo que eles serão aceitos - no cálculo do IDH, o que vale são as estatísticas oficiais de cada país.

Para os que vêem "manipulação" na melhora súbita do PIB, um aviso: é praticamente consensual a opinião dos especialistas de que o IBGE mudou a metodologia para melhor. Agora o instituto consegue captar melhor o tamanho e os movimentos da economia - com a metodologia anterior, deixava de "enxergar" uma geração anual de riquezas equivalente a quase cinco vezes o PIB do Uruguai.


[Statisfy Free Web Stats]

Terra Magazine

UNE participou de ato em defesa da TV Brasil

A presidente da UNE, Lúcia Stumpf, informou que após a manifestação será formada uma comissão para pedir a aprovação da Medida Provisória 398, que valida a TV Brasil.

A presidente da UNE participou na tarde desta terça-feira (11), no Senado Federal, do ato público em defesa da TV Brasil convocado pela Comissão Pró-Conferência Nacional de Comunicação. Além da líder estudantil, estavam presentes o senador Cristóvam Buarque, a presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), gestora da TV Brasil, Tereza Cruvinel, o escritor Ziraldo, o cartunista Maurício de Souza e entidades engajadas na causa da democratização da comunicação, como o coletivo Intervozes.

Além de ratificar apoio à TV Brasil, o ato teve o objetivo de denunciar as tentativas de adiamento da votação da MP 398 e sensibilizar os senadores para a aprovação do projeto de lei de conversão (PLV 2/08) que cria a EBC.

A presidente da UNE reafirmou o apoio dos estudantes à criação da TV Brasil como passo importante para a construção de uma mídia mais democrática. "Mas é preciso lembrar que esse debate não encerra a discussão sobre a democratização da comunicação, que deve ser mais amplo e colocar em pauta a programação das emissoras e pensar na inclusão da juventude, dos movimentos sociais e demais setores progressistas da sociedade na mídia de massa, que é representada, principalmente, pela televisão".

Ainda de acordo com Lúcia, ao final do ato foi constituída uma comissão para pedir a aprovação da Medida Provisória 398, que valida a TV Brasil.

domingo, março 09, 2008

Cartão Serra é exclusivo da Mastercard

Reportagem publicada hoje no DCI informa que o governo de São Paulo estuda um contrato para operar com a Rede Visa em seus cartões corporativos. Segundo o secretário estadual da Fazenda, Mauro Ricardo, muitos dos saques em dinheiro realizados atualmente acontecem porque estabelecimentos comerciais não aceitam cartões Mastercard, bandeira dos plásticos do governo Serra.

O secretário não soube dizer quanto o contribuinte está pagando à Mastercard pela utilização da bandeira nos cartões do governo paulista. O secretário também informou que 24 mil dos 42 mil cartões estão sendo cancelados porfalta de uso.

É um espanto: Se não estão sendo usados, onde estão esses cartões?

O governo Serra simplesmente não sabe quem são os servidores autorizados a utilizar os cartões. Depois dizem que a questão não merece uma investigação detida por uma Comissão Parlamentar de Inquérito...

MINDWALK - O PONTO DE MUTAÇÃO

"Mindwalk" (O ponto de mutação)

Um polí­tico estadunidense (Jack Edwards, interpretado por Sam Waterston) vai a Françaa visitar um velho amigo poeta (Thomas Harriman, interpretado por John Heard). Lá, conhecem uma cientista (Sonia Hoffman, interpretada por Liv Ullman) e, juntos, tecem uma profunda discussão sobre questoes existenciais. Filme baseado na obra "The Turning Point" (O ponto de Mutação), de Fritjof Capra.

Assista no Google Videos

http://video.google.com/videoplay?docid=854094769667634943&hl

Bom filme a todos

Abraços

sábado, março 08, 2008

quinta-feira, março 06, 2008

TSE divulga regras para as eleições de outubro

05/03/2008

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) divulgou nesta quarta-feira as últimas instruções para as eleições municipais de outubro. Segundo o TSE, o primeiro turno das eleições para prefeito, vice-prefeito e vereador será realizado no dia 5 de outubro. O segundo turno está marcado para o dia 26 de outubro em municípios com mais de 200 mil eleitores no caso de nenhum dos candidatos alcançar a maioria absoluta.

Já a resolução 22.717/2008 define as regras para a escolha e o registro de candidatos nos municípios criados até 31 de dezembro de 2007. De acordo com a resolução, só poderão participar das eleições os partidos políticos que tenham registrado seu estatuto no TSE até 5 de outubro de 2007 e, até a data da convenção municipal, tenham constituído no município órgão de direção, devidamente registrado no respectivo TRE.

Essa mesma resolução também determina como serão formadas as coligações entre os partidos, tanto para a eleição de prefeitos como de vereadores. Já as convenções para a escolha dos candidatos e a formação de coligações devem ser realizadas entre os dias 10 e 30 de junho.

A resolução 22.718/2008 regulamenta a propaganda eleitoral e atribui ao juiz eleitoral da comarca a competência para tomar todas as providências relacionadas à publicidade dos candidatos, assim como para julgar representações e reclamações.

Essa resolução estabelece o dia 6 de julho como o início da propaganda eleitoral. A publicidade paga em rádio ou na televisão continuam proibidas, assim como a propaganda em bens públicos ou de uso comum.

Em seu artigo 8º, a resolução proíbe propagandas que façam apologia à guerra, subversão do regime, da ordem política e social, de preconceitos de raça ou de classe. Também são vedadas as peças publicitárias que imitem dinheiro, quando "pessoa inexperiente ou rústica, possa confundir com moeda".

Para a divulgação de pré-candidaturas será permitida propaganda interna nos partidos para indicação dos candidatos, inclusive mediante a afixação de faixas e cartazes em local próximo da convenção. Porém, continua proibido o uso de rádio, televisão, outdoor e internet. Essa propaganda só poderá ser feita nos 15 dias anteriores à escolha dos candidatos pelos partidos e coligações, e depois deverão ser removidas.

A resolução 22715/2008 estabelece normas sobre gastos de campanha. De acordo com a resolução, os candidatos que não obedecerem as regras poderão ter as contas desaprovadas depois da eleição. Além disso, só poderão arrecadar recursos e realizar gastos após a solicitação do registro do candidato e do comitê financeiro.

O limite máximo para gastos de campanha deverão ser fixados por lei até o dia 10 de junho desse ano. Caso a lei não seja editada até essa data, os partidos políticos, no registro de candidatura, fixarão os seus candidatos, por cargo eletivo, os valores máximos de gastos na campanha.

domingo, março 02, 2008

Políticas do governo Lula fazem renda das famílias ultrapassar R$ 1 trilhão

Reportagem publicada neste domingo (2) pelo jornal O Estado de S.Paulo mostra que as políticas do governo Lula – de inclusão social e econômica – fizeram a renda das famílias brasileiras crescer 20% só nos dois últimos anos, superando a casa de R$ 1 trilhão e favorecendo o consumo de uma emergente classe média.

A massa de renda das famílias brasileiras cresceu quase 20% nos últimos dois anos e levou o Brasil a subir no ranking mundial de consumo. Esse número corresponde a um acréscimo de R$ 194 bilhões na soma da renda de todas as famílias no País em relação a 2005, já descontada a inflação. Esse é o resultado de um estudo da consultoria MB Associados, que usou como base os dados mais recentes (2006) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Principal indicador da capacidade de consumo da população, a massa de renda do conjunto das famílias do País chegou a R$ 1,168 trilhão em 2007, estima a MB. Em 2005, era de R$ 975 milhões. A diferença entre esses dois valores é explicada pela forte recuperação da renda e do emprego. Para este ano, a estimativa é de crescimento de 7,9% na massa de renda, para R$ 1,260 trilhão. Com isso, o aumento entre 2005 e 2008 seria de 29%.

Não foi por acaso que o Brasil já se tornou um dos maiores mercados de consumo do mundo para vários produtos. Em volume de vendas de automóveis, por exemplo, o País já está em oitavo lugar, com chances de pular para a quinta posição até o fim do ano. Com um mercado de 10,7 milhões de computadores em 2007, segundo a consultoria IDC, o Brasil passou a ocupar o quinto lugar no ranking mundial de PCs, atrás dos Estados Unidos (64 milhões), da China (36 milhões), do Japão (13 milhões) e do Reino Unido (11,2 milhões) e muito à frente da Índia (6,4 milhões, 9º lugar). O Brasil é o terceiro maior mercado consumidor de Coca-Cola, atrás dos Estados Unidos e do México. Já é também o terceiro maior consumidor de cosméticos no mundo e o quarto de chocolate. "O grande motor do crescimento do consumo foi a expansão vigorosa da renda familiar, principalmente no ano passado", afirma Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Segundo ele, sem o estímulo da renda, a oferta de crédito não seria suficiente para sustentar o ritmo forte de crescimento de consumo."A combinação de fatores como o aumento de renda e de prazos de pagamento e a queda de juros é que abriram espaço para o forte crescimento do consumo que tivemos no ano passado." O economista observa que 2007 e 2008 devem ser anos de recuperação de renda mais forte na classe média, que tem visto crescimento em setores com gargalos de mão-de-obra, como construção, petroquímica e agronegócios. "Mas não podemos esquecer que a inflação deve ter tirado um pouco da recuperação muito forte vista em 2006." Naquele ano, a massa de renda das famílias brasileiras aumentou 10,1%, enquanto a estimativa de expansão para 2007 é de 8,8% e, para 2008, de 7,9%.

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