segunda-feira, dezembro 29, 2008

Origem do Ano Novo

Origem e Curiosidades sobre o Ano-Novo

Você sabia que o ano-novo se consolidou na maioria dos países há 500 anos? Desde os calendários babilônicos (2.800 a.C.) até o calendário gregoriano, o réveillon mudou muitas vezes de data.

A primeira comemoração, chamada de "Festival de ano-novo" ocorreu na Mesopotâmia por volta de 2.000 a. C. Na Babilônia, a festa começava na ocasião da lua nova indicando o equinócio da primavera, ou seja, um dos momentos em que o Sol se aproxima da linha do Equador onde os dias e noites tem a mesma duração.

No calendário atual, isto ocorre em meados de março (mais precisamente em 19 de março, data que os espiritualistas comemoram o ano-novo esotérico).

Os assírios, persas, fenícios e egípcios comemoravam o ano-novo no mês de setembro (dia 23). Já os gregos, celebravam o início de um novo ciclo entre os dias 21 ou 22 do mês de dezembro.

Os romanos foram os primeiros a estabelecerem um dia no calendário para a comemoração desta grande festa (753 a.C. - 476 d.C.) O ano começava em 1º de março, mas foi trocado em 153 a. C. para 1º de janeiro e mantido no calendário juliano, adotado em 46 a. C. Em 1582 a Igreja consolidou a comemoração, quando adotou o calendário gregoriano.

Alguns povos e países comemoram em datas diferentes. Ainda hoje, na China, a festa da passagem do ano começa em fins de janeiro ou princípio de fevereiro. Durante os festejos, os chineses realizam desfiles e shows pirotécnicos. No Japão, o ano-novo é comemorado do dia 1º de janeiro ao dia 3 de janeiro.

A comunidade judaica tem um calendário próprio e sua festa de ano-novo ou Rosh Hashaná, - "A festa das trombetas" -, dura dois dias do mês Tishrê, que ocorre em meados de setembro ao início de outubro do calendário gregoriano. Para os islâmicos, o ano-novo é celebrado em meados de maio, marcando um novo início. A contagem corresponde ao aniversário da Hégira (em árabe, emigração), cujo Ano Zero corresponde ao nosso ano de 622, pois nesta ocasião, o profeta Maomé, deixou a cidade de Meca estabelecendo-se em Medina.

Contagem decrescente os últimos minutos do dia 31 de Dezembro seja: 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1. Feliz 2009!!!!!! A passagem de Ano Novo é o fim de um ciclo, início de outro. É um momento sempre cheio de promessas. E os rituais alimentam os nossos sonhos e dão vida às nossas celebrações. Na passagem de Ano Novo, não podemos deixar de aproveitar a oportunidade para enchermos o coração de esperança e começar tudo de novo. E para que a festa corra muito bem, há algumas tradições e rituais que não podemos esquecer...

- Fogos e barulho. No mundo inteiro o Ano Novo começa entre fogos de artifício, buzinadas, apitos e gritos de alegria. A tradição é muito antiga e, dizem, serve para espantar os maus espíritos. As pessoas reúnem-se para celebrar a festa com muitos abraços.
- Roupa nova. Vestir uma peça de roupa que nunca tenha sido usada combina com o espírito de renovação do Ano Novo. O costume é universal e aparece em várias versões, como trocar os lençóis da cama e usar uma roupa de baixo nova.

Origem do Ano Novo

As comemorações de Ano Novo variam de cultura a cultura, mas universalmente a entrada do ano é festejada mesmo em diferentes datas.

O nosso calendário é originário dos romanos com a contagem dos dias, meses e anos. Desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado em 25 de Março, data que marcava a chegada da primavera.

As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1º de Abril. O Papa Gregório XIII instituiu o 1º de Janeiro como o primeiro dia do ano, mas alguns franceses resistiram à mudança e quiseram manter a tradição. Só que as pessoas passaram a pregar partidas e ridicularizar os conservadores, enviando presentes estranhos e convites para festas que não existiam. Assim, nasceu o Dia da Mentira, que é a falsa comemoração do Ano Novo.

Tradições de Ano Novo no mundo:
Itália: O ano novo é a mais pagã das festas, sendo recebido com Fogos de artifícios, que deixam todas as pessoas acordadas. Dizem que os que dormem na virada do ano dormirão todo o ano e na noite de São Silvestre, santo cuja festa coincide com o último dia do ano. Em várias partes do país, dois pratos são considerados essenciais. O pé de porco e as lentilhas. Os italianos se reúnem na Piazza Navona, Fontana di Trevi, Trinitá dei Monit e Piazza del Popolo.

Estados Unidos: A mais famosa passagem de Ano Novo nos EUA é em Nova Iorque, na Time Square, onde o povo se encontra para beber, dançar, correr e gritar. Há pessoas de todas as idades e níveis sociais. Durante a contagem regressiva, uma grande maçã vai descendo no meio da praça e explode exactamente à meia-noite, jogando balas e bombons para todos os lados.

Austrália: Em Sydney, uma das mais importantes cidades australianas, três horas antes da meia-noite, há uma queima de fogos na frente da Opera House e da Golden Bridge, o principal cartão postal da cidade. Para assistir ao espectáculo, os australianos se juntam no porto. Depois, recolhem-se a suas casas para passar a virada do ano com a família e só retornam às ruas na madrugada, quando os principais destinos são os “pubs” e as praias.

França: O principal ponto é a avenida Champs-Elysées, em Paris, próximo ao Arco do Triunfo. Os franceses assistem à queima de fogos, cada um com sua garrafa de champanhe (para as crianças sumos e refrigerantes). Outros vão ver a saída do Paris-Dacar, no Trocadéro, que é marcada para a meia-noite. Outros costumam ir às festas em hotéis.

Brasil: No Rio de Janeiro, precisamente na praia de Copacabana, onde a passagem do Ano Novo reúne milhares de pessoas para verem os fogos de artifício. As tradições consistem em usar branco e jogar flores para “Yemanjá”, rainha do mar para os brasileiros.

Inglaterra: Grande parte dos londrinos passa a meia-noite em suas casas, com a família e amigos. Outros vão à Trafalgar Square, umas das praças mais belas da cidade, à frente do National Gallery. Lá, assistem à queima de fogos. Depois, há festas em várias sítios da cidade.

Alemanha: As pessoas reúnem-se no Portal de Brandemburgo, no centro, perto de onde ficava o Muro de Berlim. Tradicionalmente, não há fogos de artificio.

Curiosidade: Em Macau, e para todos os chineses do mundo, o maior festival do ano é o Novo Ano Chinês. Ele é comemorado entre 15 de Janeiro e 15 de Fevereiro de acordo com a primeira lua nova depois do início do Inverno. Lá é habitual limparem as casas e fazerem muita comida (Bolinhos Chineses de Ano Novo - Yau Gwok, símbolo de prosperidade). Há muitos fogos de artifício e as ruas ficam cobertas de pequenos pedaços de papel vermelho.

Cada cultura comemora seu Ano Novo. Os muçulmanos têm seu próprio calendário que se chama “Hégira”, que começou no ano 632 d.C. do nosso calendário. A passagem do Ano Novo também tem data diferente – 6 de Junho, foi quando o mensageiro Mohammad fez a sua peregrinação de despedida a Meca.

As comemorações do Ano Novo judaico, chamado “Rosh Hashanah”. É uma festa móvel no mês de Setembro (este ano foi 6 de Setembro). As festividades são para a chegada do ano 5763 e são a oportunidade para se deliciar com as tradicionais receitas judaicas: o “Chalah”, uma espécie de pão e além do pão, é costume sempre se comer peixe porque ele nada sempre para frente.

O primeiro dia do ano é dedicado à confraternização. É o Dia da Fraternidade Universal. É hora de pagar as dívidas e devolver tudo que se pediu emprestado ao longo do ano. Esse gesto reflecte a nossa necessidade de fazer um balanço da vida e de começar o ano com as contas acertadas.

Tradições Portuguesas:

As pessoas valorizam muito a festa de Ano Novo, porque sentem o desejo de se renovar. Uma das nossas tradições é sair às janelas de casas batendo panelas para festejar a chegada do novo ano. Nos dias 25 de Dezembro e 1º de Janeiro, costumamos comer uma mistura feita com as sobras das ceias, que são levadas ao forno. O ingrediente principal da chamada “Roupa Velha” é o bacalhau cozido, com ovos, cebola e batatas, regados a azeite.

Para as superstições, comer 12 passas durante as 12 badaladas na virada do ano traz muita sorte, assim como subir numa cadeira com uma nota (dinheiro) em uma das mãos. Em várias zonas do litoral, há pessoas que mesmo no frio do Inverno conseguem entrar na água e saudar o Ano Novo.



Leandro Panosso

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quarta-feira, dezembro 24, 2008

Feliz Natal !!!

Uma mensagem original de Natal.

The World Book Encyclopedia declara:

“Esta celebração [Natal] foi provavelmente influenciada pelas festas pagãs (não-cristãs) realizadas naquele tempo. Os antigos romanos realizavam celebrações de fim de ano em honra a Saturno, seu deus da colheita; e de Mitra [o deus-sol).” A New Catholic Encyclopedia diz: “Em 25 de dez. de 274, [o imperador romano] Aureliano tinha proclamado o deus-sol [Mitra] o principal padroeiro do império. . . O Natal originou-se numa época em que o culto ao sol era especialmente forte em Roma.” O livro Celebrations declara: “Os clérigos por fim trouxeram o . . . mundo das saturnais para a própria Igreja.” E a Encyclopedia Britannica comenta que 25 de dezembro era considerado “como a data do nascimento do. . . deus-sol] Mitra”.

A maioria dos costumes ligados ao Natal — a acha do Natal, o azevinho, a árvore de Natal, o Papai Noel, os ostentosos presentes, as orgias − acham-se também arraigadas no paganismo. Eles nada têm que ver com Cristo. Como James Hastings declara na Encyclopedia of Religion and Ethics (Enciclopédia de Religião e Ética): “A maioria dos costumes cristãos que agora prevalecem . . . não são costumes genuinamente cristãos, mas são costumes pagãos que foram assimilados ou tolerados pela Igreja. . . . As saturnais de Roma forneceram o modelo para a maioria dos costumes felizes [divertidos] da época do Natal. Esta antiga festa romana era celebrada em 17-24 de dezembro.”

Assim, quando, às vezes, ouvimos as pessoas dizerem: ‘Voltemos ao verdadeiro significado do Natal’, ou “Vamos pôr de novo Cristo no Natal’, tenha presente que o significado original do Natal é uma celebração pagã da natureza, e que Cristo jamais esteve no Natal. E, quando alguns denunciam a comercialização do Natal, tenha presente que o ambiente festivo e os presentes dados ao se celebrar as saturnais significavam negócios para os comerciantes. Assim, já por milhares de anos, o solstício do inverno tem sido comercializado.

Em 1643, o Parlamento da Inglaterra chegou até a banir o Natal, por causa de seu fundo pagão, porém, mais tarde, o restaurou. Em 1659, foi igualmente banido em Massachusetts, EUA, mas ali também foi mais tarde restabelecido. E U.S. Catholic relata: “Visto que os cristãos, nos EUA . . . associavam o Natal com os costumes pagãos, eles não celebraram o Natal em grande estilo, senão depois de meados do século 19.”

Desonra a Deus e a Cristo

Assim sendo, aqueles que celebram o Natal não honram a Deus, nem a Cristo, mas honram às celebrações pagãs, e a deuses pagãos. E, por promover tais mitos, como Papai Noel, promovem falsidades. Isso não honra a Jesus, que ensinou que Deus tem de ser adorado com verdade. (João 4:23, 24) Disse Jesus: “Se permanecerdes na minha palavra, sois realmente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” — João 8:31, 32.

A Palavra de Deus também declara: “Que associação tem a justiça com o que é contra a lei? Ou que parceria tem a luz com a escuridão? Além disso, que harmonia há entre Cristo e Belial [Satanás]? Ou que quinhão tem o fiel com o incrédulo?” A resposta a estas perguntas é que os fiéis cristãos nada têm que ver com tais coisas: de outro modo, eles perderiam o favor de Deus. Por conseguinte, a Palavra de Deus aconselha: “‘Saí do meio deles e separai-vos’, diz Jeová, ‘e cessai de tocar em coisa impura’; ‘e eu vos acolherei’. . . . ‘E vós sereis filhos e filhas para mim’.” — 2 Coríntios 6:14-18.

O verdadeiro amor a Deus tem ajudado as pessoas a romper com atividades impiedosas, tais como a celebração do Natal muito embora este tenha um apelo emocional. Elas não se sentem privadas de algo, por rejeitarem um costume que desonra a Deus e a Cristo, e que, com efeito, honra a deuses falsos. Reconhecem o Natal pelo que realmente é — uma festa pagã que se finge de cristã — e elas a evitam.



Fonte(s):
Crenças e costumes que desagradam a Deus

http://www.watchtower.org/t/rq/article_1...

terça-feira, dezembro 23, 2008

Brasil pode sair maior e melhor da crise

A grande crise econômica que colocou os mercados econômicos em situação de profunda desorganização pode ser extremamente útil para que tenhamos noção da irresponsabilidade que tomou conta dos mercados financeiros de todo o mundo, em maior ou menor grau, e da conivência dos governos com a especulação desenfreada.

Pode, também, revelar como grande parte da imprensa atua de forma igualmente irresponsável, por conta dos interesses ideológicos ou mesmo das interfaces com o setor financeiro. Ademais, esta crise deve indicar novos patamares nas relações internacionais e novos paradigmas na economia global.

Sabemos que o estopim da crise foi o chamado mercado de hipotecas imobiliárias de segunda classe nos EUA. Como estopim não é bomba, podemos dizer que a explosão revelou um sistema financeiro doente, movido por uma competição irracional, com comissões e bônus impulsionando a falta de critérios, com as autoridades norte-americanas da era Bush mostrando-se criminosamente complacentes e até coniventes com essa autêntica linha de produção de ativos podres ou, por que não dizer, fraudulentos. Perguntas que devem ser feitas: qual a responsabilidade, mais uma vez, das empresas de auditoria? Quem se omitiu nos órgão de supervisão? Quem vai pagar por isso? E os bônus e dividendos pagos a executivos e acionistas por conta de lucros decorrentes de ativos podres ou fraudulentos? Ficarão por isso mesmo?

Essa explosão contaminou bancos europeus rapidamente, desnudando a fragilidade também do sistema de supervisão bancária do Velho Continente. A exposição ao risco de bancos europeus nas relações interbancárias com bancos americanos não foi corretamente analisada? Ou foi, e as conveniências impediram a ação corretiva apropriada?

A lição que o Brasil e outros países devem tirar é óbvia. A expansão do crédito é uma necessidade e uma virtude, desde que os instrumentos de auditoria independente e a supervisão estatal sejam capazes de identificar a tempo práticas irresponsáveis. Os sistemas de avaliação de garantias bancárias devem ser conservadores (já o são no Brasil, em geral). A alavancagem (quantas vezes um banco pode emprestar em relação ao seu capital e seus depósitos) deve ser limitada e fiscalizada pelo poder público.

Outra questão que devemos destacar é o papel do FMI, que mais uma vez se mostra absolutamente incapaz de atuar de maneira preventiva e pateticamente inócuo para remediar a situação, além de reafirmar seu temor reverencial aos patrões americanos e europeus que jogaram o mundo nessa crise. Fica evidente e urgente a necessidade de uma reforma radical dos mecanismos de avaliação e decisão do Fundo, sob pena de não se ter mais razão para sustentar uma instituição tão dispendiosa.

O discurso neoliberal foi para o brejo nesta crise. O mercado, que tem muitas virtudes, precisa de um estado forte e democrático para evitar que seus defeitos prejudiquem os menos favorecidos. O mercado comporta o risco, mas deve ter mecanismos eficazes de punição para quem só disponibiliza o risco para o emprego e a poupança do povo em razão da ambição alucinada dos ganhos de curto prazo.
O Brasil na crise: o que fazer?

O Brasil já está sendo atingido pela crise. A secura do mercado de crédito criou gargalos, que estão sendo tratados pelas medidas do governo Lula, via Banco Central, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, além de medidas normativas, sejam Medidas Provisórias e Resoluções do Conselho Monetário. Corretamente, a redução dos compulsórios e melhor regulamentação do redesconto no BC garantem liquidez interna. A venda de dólar futuro e também à vista combate a pressão cambial, evitando que a inflação, aliviada pelo recuo das commodities, se desloque para as mudanças de preços em dólar, em especial dos alimentos.

Ainda não se sabe qual será o impacto da desaceleração sobre a balança comercial e de transações correntes. A priori, são dois movimentos contraditórios que podem, potencialmente, influir nessas contas. De um lado, a desaceleração do comércio mundial. De outro, a melhoria do câmbio para as exportações, que podem nos ajudar na competição lá fora e também no mercado interno.

O nível de crescimento pode ser afetado? Sim, mas é precipitado afirmar a dimensão desse impacto. Primeiro porque o Brasil vem numa trajetória positiva de crescimento, cuja base, além do aumento da massa salarial e do crédito, está nos investimentos públicos e privados. E depois, pelo fato de que vários vetores do crescimento estão vinculados à ampliação da capacidade produtiva para atender demandas reprimidas historicamente, como habitação e saneamento, para as quais temos "funding" de qualidade (baixos custos e estabilidade de permanência) como FGTS e Poupança. Ou ainda na Petrobrás, que tem boa parte de seus investimentos bancados por caixa próprio, financiamento com garantias excelentes (produção de petróleo) ou FAT via BNDES.

Devemos, portanto, temer a desaceleração internacional? Sim, pois ela pode afetar volumes e preços dos produtos que exportamos, mas dificilmente a ponto de estancar um vigoroso processo interno de investimento estimulado pelo governo e acompanhado pelo empresariado. Só 14% da economia brasileira são vinculados às exportações. Por outro lado, com o dólar acima de R$ 2, indústrias serão estimuladas a substituir os componentes importados por nacionais, bem mais do que a R$ 1,60. E o mercado interno de massas, em plena construção, pode sustentar parte das eventuais quedas de demanda. Algumas indústrias que pensavam em vir produzir aqui estarão mais estimuladas, com renda interna em alta e dólar mais caro para importar.
Pisar no freio ou no acelerador?

Diz o samba que o "velho marinheiro, durante o nevoeiro, toca o barco devagar". É prudente, mas na economia é bom não ouvir os que sempre têm a mesma receita para os mais diversos problemas. Com a crise, já surgem aqueles que comemoram: agora, o governo vai ter que reduzir seus investimentos, pisar no freio, reduzir os gastos públicos e aceitar que economia não pode crescer.

É claro que o governo federal observa atentamente o desempenho da arrecadação, das exportações e importações, dos mercados de imóveis e outros bens duráveis. Mas terá caído na armadilha neoliberal se "morrer com o barulho do tiro". Ninguém sabe ainda qual será o grau de desaceleração dos países ricos e qual o grau de reverberação para o resto do mundo. A China, por exemplo, já tem um programa econômico para sustentar seu crescimento. O Brasil acumulou, nos últimos anos, um patrimônio de crescimento, via empregos formais, investimentos em infra-estrutura e políticas sociais que não deve ser jogado ao mar na primeira tormenta. O governo, de forma responsável, deve continuar trabalhando para manter, na medida do possível e desejável, o crescimento que evite que os males da estagnação se auto-alimentem, no rumo dos pacotes neoliberais que o Brasil conheceu de Collor a FHC.

É preciso lembrar que os grandes reguladores do mundo não foram capazes de garantir a estabilidade monetária e creditícia da globalização. E que o mérito do Brasil foi entrar nesta crise com solidez fiscal, liquidez cambial e crescimento em alta, em especial do salário e do emprego.

Não é arriscado dizer que o Brasil pode sair maior do que entrou nesta crise. As atuações do presidente Lula e seus ministros têm sido adequadas, sem exageros para mais ou para menos, e as medidas tomadas visam garantir que o Brasil prossiga crescendo, gerando emprego, renda e esperança para o nosso povo.
A mídia e a crise

Por fim, cabe registrar mais uma vez: setores expressivos da mídia fomentam o pânico, anunciando impactos que ninguém pode prever com segurança – e o pior, quase sempre alicerçados em discursos repetitivos de alguns ex-ministros, ex-dirigentes do BC e de estatais que quebraram o país várias vezes e hoje vivem de consultoria ou são conselheiros de bancos privados.

Ao anunciar o fim do mundo, numa espécie de novo "bug do milênio", parecem torcer para que o consumidor entre em pânico, fique trancado em casa, no escuro e em jejum. Quem sabe assim, o pânico vira caos e a previsão se realize. Felizmente, a imensa maioria do povo não costuma dar muita bola para essas análises. Afinal, o índice de acerto desses "especialistas" é muito baixo.

Ricardo Berzoini é presidente nacional do Partido dos Trabalhadores

http://www.pt.org.br/portalpt/index.php?option=com_content&task=view&id=71527&Itemid=201