segunda-feira, novembro 17, 2008

Lula diz que televisão brasileira não educa e degrada famílias

Evitando assuntos polêmicos durante sua visita a São Paulo nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou suas críticas à televisão brasileira. Para Lula, além de não ajudar no "processo de educação", a TV nacional degrada a "estrutura da família".

"Qual é o processo de educação que nós aprendemos quando ligamos uma televisão nesse país? Pelo contrário, o que nós assistimos, em muitos casos, é um processo de degradação da estrutura da família desse país", afirmou.

A declaração foi feita durante a solenidade de assinatura de termo de adesão do Bolsa-Atleta, programa do governo federal para patrocinar atletas brasileiros. O evento também contou com a presença dos ministros Orlando Silva (Esportes), Dilma Roussef (Casa Civil) e José Gomes Temporão (Saúde), além do governador de São Paulo, José Serra, e o do senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

Em seu discurso, Lula se disse um fã de esportes e vê na prática uma forma de ascensão social. "Qual é a coisa que mais dá chance para o pobre vencer na vida? É o esporte. De vez em quando tem um milagre de a pessoa chegar a Presidência da República, mas somente no esporte que o pobre tem alguma oportunidade", disse.

Com o Bolsa-Atleta, o ministério dos Esportes pretende garantir R$ 40,3 milhões para os 3.313 atletas aptos a serem beneficiados pelo programa.

Segundo o ministério, o programa, criado em 2005, já destinou mais de R$ 50 milhões para atletas nacionais e tem, ano a ano, aumentado o número de beneficiados. A intenção, até o fim do ano, é oferecer 1.138 a mais que em 2007.

THIAGO FARIA
colaboração para a Folha Online

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u468721.shtml

segunda-feira, novembro 03, 2008

Veja como funciona o processo eleitoral americano

Amanhã dia 4 de novembro será o momento principal da eleição presidencial nos EUA, mas não será o último passo. O presidente americano de 2009 a 2012 só será definido no dia 15 de dezembro, com a votação do chamado Colégio Eleitoral, e o anúncio oficial virá mais tarde ainda, em 6 de janeiro de 2009.

Quando terminar a votação no dia 4, o que será conhecido é qual dos candidatos neste pleito --o democrata Barack Obama, 47, e o republicano John McCain, 72-- terá conquistado a maior parte dos eleitores, em cada Estado.

Esse resultado deverá nortear os votos de representantes da população no chamado Colégio Eleitoral.

No Colégio Eleitoral, cada uma das 51 unidades federativas do país possui um número de cadeiras. O total de representantes chega a 538. São eles que realmente escolherão o próximo presidente.

Para ser eleito, o candidato à Presidência precisará de 270 votos dentro do colégio.

Cada representante é livre para votar em qualquer candidato porém, na prática, o que ocorre é que os representantes votam no candidato apontado pelo voto popular.
Essa, inclusive, é a orientação dada a eles, em 48 Estados.

São exceções apenas Maine (na região conhecida como Nova Inglaterra, no nordeste do país) e Nebraska (centro-norte).

Se houver empate no Colégio Eleitoral, a Câmara é que escolhe, por meio de uma votação por cédulas, o presidente. Nesse caso, cada Estado tem direito a apenas um voto, e existe um quorum mínimo necessário --um ou mais representantes de no mínimo dois terços dos Estados americanos. Se ainda assim não houver definição, a decisão vai para o Senado.

O vice-presidente será quem receber mais votos no Colégio Eleitoral; em caso de empate, o Senado é quem escolhe, em uma votação por cédulas, o vice.

Colégio Eleitoral

O número de representantes a que cada unidade federativa tem direito, no Colégio Eleitoral, é igual ao número total de senadores e deputados que ela tem no Congresso.

O número de deputados é estabelecido de forma proporcional à população local. No caso do Senado, cada Estado elege dois senadores.

O Estado da Califórnia --o mais populoso do país--, por exemplo, tem 36.457.549 habitantes, segundo dados do censo de 2006 realizado pelo U.S. Census Bureau (Escritório do Censo dos EUA); com isso, o Estado conta com 53 deputados na Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados) e dois senadores, em Washington.
O total de eleitores que a Califórnia vai enviar ao colégio eleitoral, portanto, será 55.

Para o Distrito de Columbia, onde fica a capital, Washington, há uma representante na Câmara (Eleanor Holmes Norton) e dois senadores (Michael Brown e Paul Strauss), mas que não tem plenos direitos de voto.

Mesmo assim, o distrito pode enviar três eleitores ao Colégio Eleitoral.

A forma de escolha do presidente é estabelecida na cláusula 3ª, seção 1 do artigo II da Constituição americana (o texto original recebeu a 12ª emenda, ratificada em 1804):

"Os eleitores irão se encontrar em seus respectivos Estados e votar, através de cédulas, para presidente e vice-presidente (...)

Eles indicarão em suas cédulas a pessoa que será votada para presidente e, em uma cédula separada, quem será votado para vice-presidente (...)

Eles farão listas distintas de todas as pessoas votadas para presidente e de todas as pessoas votadas para vice-presidente e do número de votos para cada uma, listas que serão assinadas e certificadas e transmitidas seladas (...)

O presidente do Senado deverá, na presença do Senado e da Casa dos Representantes, abrir os certificados e os votos serão então contados.

A pessoa com o maior número de votos para presidente deverá ser presidente, se tal número for a maioria do número total de votos de eleitores indicados."


A Constituição americana também determina que nenhum senador ou deputado, nem pessoas detentoras de cargos de confiança no país, podem ser escolhidos como eleitores.

Datas

O calendário da eleição é estipulado pelo Congresso: a eleição presidencial americana --a seleção dos eleitores que comporão o colégio eleitoral-- ocorre na terça-feira logo após o primeiro domingo de novembro de cada ano eleitoral.
Os representantes são selecionados em novembro e se reúnem na segunda-feira seguinte à segunda quarta-feira de dezembro.

Neste ano, as datas correspondentes a essas especificações são os dias 4 de novembro e 15 de dezembro.

As duas casas legislativas americanas, então, se reúnem dia 6 de janeiro do ano seguinte para contar os votos dos eleitores no Colégio Eleitoral.
O presidente assim escolhido assume no dia 20 de janeiro.




http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u461582.shtml

30% das maiores cidades do país elegem milionários

Quase 30% dos prefeitos eleitos nas cem principais cidades do país têm patrimônio superior a R$ 1 milhão. Levantamento feito pela Folha nos 99 municípios com mais eleitores e em Palmas (TO), única capital que não está entre as maiores cidades, mostra que 28 prefeitos eleitos são milionários.

O patrimônio médio dos candidatos vitoriosos é de R$ 1,7 milhão. Se recebessem o salário do prefeito de São Paulo --R$ 12.384--, precisariam ficar mais de 11 anos no cargo para acumular essa quantia.

Entre os eleitos, o mais rico é Marcio Lacerda (PSB), que em 2009 vai assumir a Prefeitura de Belo Horizonte e declarou ter mais de R$ 55 milhões. Apenas o patrimônio dele corresponde a um terço da soma dos bens de todos os cem prefeitos eleitos --R$ 172 milhões. Lacerda, 62, prosperou a partir dos anos 70 com empresas no setor de telecomunicações.

O partido com mais membros entre os mais ricos é o PSDB, com sete, seguido pelo PDT, com seis. Os dados foram coletados nos registros de candidaturas entregues ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Segundo colocado entre os eleitos mais ricos, o prefeito de Foz do Iguaçu (PR), Paulo Mac Donald Ghisi (PDT), diz ter ficado surpreso com sua colocação no ranking. Engenheiro e dono de uma construtora, declarou ter R$ 11,8 milhões.

Mac Donald, 60, diz ter bancado metade dos gastos da campanha deste ano do próprio bolso. "Os empresários estão preocupados com a política e estão participando com mais intensidade", afirma.

Ele diz que entrou na política por "responsabilidade social" e para "resolver" crises que a cidade atravessava.

Dois candidatos que se elegeram declararam não ter bem nenhum: Veneziano Rego (PMDB), de Campina Grande (PB), e Sérgio Ribeiro (PT), de Carapicuíba (SP). Por meio de sua assessoria, Rego, 38, disse que morou por muitos anos com um irmão e que não acumulou patrimônio. Ribeiro não foi encontrado ontem.

O ex-ministro Luiz Marinho (PT), prefeito eleito de São Bernardo do Campo (SP), está entre os cinco menores patrimônios nos cem municípios: declarou ter R$ 32.508.

A proporção de prefeitos milionários nas maiores cidades fica próxima da de deputados federais com patrimônios elevados. Em 2006, a Folha mostrou que 32% dos eleitos para a Câmara possuía mais de R$ 1 milhão. A média de patrimônio dos deputados, no entanto, é superior: R$ 2,5 milhões.

FELIPE BÄCHTOLD
da Agência Folha


http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u463138.shtml