quinta-feira, março 29, 2007

DESESPERO DO PFL


por Rita Oliveira

Jornal do Dia


O Partido da Frente Liberal (PFL) tenta, a todo custo, continuar sobrevivendo politicamente. Vindo de uma derrota nas urnas em outubro de 2006, onde elegeu apenas um governador – o do Distrito Federal, Roberto Arruda – e um número bem menor de deputados federais, o PFL começou a agir para reverter uma maior derrocada.
Primeiro, decidiu mudar o nome do partido para Democratas (DEM). Os pefelistas querem sepultar o PFL, que foi um partido que surgiu em 1985 de uma dissidência do PDS, que já tinha sido Arena. Tanto a Arena quanto o PDS deram sustentação à ditadura militar, que torturou e matou muitos dos que se rebelaram contra o sistema.
Desde ontem que o PFL se chama Democratas. Com certeza, um nome que não condiz com os caciques da sigla. O que tem de democrata os velhos coronéis da política brasileira como o senador Antônio Carlos Magalhães (BA), o ex-senador Jorge Bornhause (SC), José Agripino (RN) e o ex-governador João Alves? Quando eles estão no Poder Executivo massacram adversários políticos, perseguem politicamente aqueles que não rezam na sua cartilha, fazem a política assistencialista para haver uma dependência do eleitor para com eles e usam e abusam da máquina administrativa.
O resultado dessa prática arbitrária e ultrapassada foi a rejeição de todos esses coronéis da política nas urnas, nas eleições de 2006. O PFL não reelegeu vários governadores, a exemplo de João Alves em Sergipe, de Mendonça Filho em Pernambuco e Paulo Souto na Bahia.
Agora, o PFL, tendo oito deputados federais eleitos que emigraram para outros partidos da base governista, tenta impedir o esvaziamento do partido querendo que todos que deixaram a sigla percam o mandato, mediante consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que, por seis a um, sustentou que os partidos e coligações têm direito ao mandato obtido, se o candidato eleito se desfiliar para ingressar em outra legenda.
Com essa decisão do TSE, a cúpula partidária da ex-Arena, ex-PDS, ex-PFL e hoje Democratas pretende pedir ao presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT/SP), a cassação do mandato dos deputados federais eleitos pelo PFL que deixaram o partido.
Com certeza, essa decisão, que deixou ontem o Congresso Nacional em polvorosa, vai acabar no Supremo Tribunal Federal (STF). Os prejudicados vão argumentar o voto do ministro Marcelo Ribeiro, do TSE, que foi o único a divergir na resposta à consulta do PFL. Ele disse: “Não pode haver perda de mandato se o candidato eleito troca de partido, porque essa penalidade não está prevista nem na Constituição Federal nem em normas infraconstitucionais”.
Agora é acompanhar, de camarote, essa briga do PFL, digo Democratas, com seus deputados federais e esperar por novas medidas que o partido venha a adotar para não enfraquecer ainda mais politicamente.

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