segunda-feira, março 12, 2007

O imperador Magá

O imperador Magá", crônica, junho de 2006.
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Antonio Carlos Peixoto Magalhães, também conhecido pela alcunha de Toninho Malvadeza, ou simplesmente ACM, é um velho senador da família pefelista. Há alguns anos, o poderoso chefão baiano vem enganando o satanás, pois sua alma foi penhorada por dívida a Lúcifer, que lhe concedeu o título e poderes de "capo dei capi" (chefe de todos os chefes) das máfias brasileiras, com prazo de validade vencido no final do período da ditadura militar que vigorou no Brasil a partir de 1964 e prorrogado por tempo indeterminado. Numa das tentativas de cobrar sua dívida, Lúcifer submeteu ACM a um infarto, porém ele foi operado e recebeu o implante de duas pontes de safena e duas mamárias. O Príncipe das Trevas mandou apedrejar seus rins, contudo o velho foi operado em Londres, quando lhe retiraram três cálculos renais. Os capetas responsáveis por doenças do sistema respiratório andaram atanazando-lhe, porém o velho ACM pediu a Belzebu para permanecer na Terra até preparar seu sucessor. O demônio-chefe gostou da idéia e até indicou-lhe um dos seus netos para a escola de formação de diabos encarnados.

Por orientação do Reino dos Céus, quando Deus ainda exercia alguma influência sobre ACM, este se formou médico; porém, ao estabelecer o pacto com o Reino das Trevas, abandonou a profissão para assumir funções mais apropriadas aos desígnios de Satã: em 1954 elegeu-se deputado estadual pela UDN, marcando o início de uma das mais tenebrosas carreiras de golpista do Brasil, quiçá do mundo. Dez anos depois, na condição de deputado federal, apoiou o golpe militar que implantou uma sanguinária ditadura no País. Os ditadores de plantão reinstalaram o sistema de capitanias hereditárias no Brasil, e foi assim que ACM, como não poderia deixar de ser, apropriou-se de uma das sesmarias mais cobiçadas do Nordeste: hoje, a mundialmente conhecida Bahia de Antonio Carlos Magalhães, que também atende pelo título de imperador Magá, o malvado.

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http://www.lainsignia.org/2006/junio/ibe_029.htm

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