(Paulo Henrique Amorim)
Máximas e Mínimas 336
. A corrupção tem uma regra: um compra e outro vende.
. Um compra a decisão judicial para operar bingos.
. Outro vende a decisão judicial para que seja possível operar bingos.
. É uma tradição brasileira apurar quem comprou.
. E esquecer da outra ponta da corrupção: quem vende.
. Dois exemplos clássicos.
. Na queda do Presidente Collor, a indignação nacional exigia saber quem levava grana.
. Foi possível descobrir alguns dos que compravam.
. Mas, não se soube quem vendia...
. Assim, com a colaboração do PFL, jamais se instalou a CPI das Empreiteiras, que permitiria descobrir quem vendia...
. Examinemos o caso do assim chamado “mensalão”, que um Ministro do Supremo começou a julgar.
. Houve um sem-numero de CPIs para descobrir quem comprava – os políticos corruptos.
. Mas, nem as CPIs nem o Ministério Público se interessaram por saber quem vendia.
. Ninguém esteve interessado – nem o Ministério Público – em apurar quem irrigava o valerioduto de grana.
. Só interessava saber quem pegava a grana do valerioduto.
. É uma prova da “malandragem” brasileira.
. Agora, pela primeira vez, existe a possibilidade de, com a ajuda decisiva da Polícia (Republicana) Federal, do Dr. Paulo Lacerda, se conhecer as duas pontas da corrupção.
. Quem compra: os donos de bingos e de máquinas caça-níqueis.
. Quem vende: os juizes, que vendem sentenças para deixar os bingos funcionarem.
. Portanto, se fecha círculo: se conhece o corrupto que compra e o corrupto que vende.
. Teoricamente, os dois deveriam ser iguais perante a lei: os dois são corruptos.
. Mas, no Brasil, no país dos privilégios, da cordialidade, do “jeitinho” e da “elite branca” – há os 100% corruptos e os 50% corruptos.
. No caso em questão, os corruptos que compram estão na cadeia.
. Os corruptos que vendem estão soltos.
. E Viva o Brasil!
domingo, abril 22, 2007
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