domingo, janeiro 20, 2008

O NAZISMO, A FAMÍLIA BUSH E A LIBERTAÇÃO DAS REFÉNS

.

Na semana que passou os jornais e a mídia eletrônica dedicaram grandes espaços à visita de George W. Bush a Israel e Cisjordânia, à libertação das duas reféns da Farcs e às prévias nos Partidos Democrata e Republicano para a escolha dos candidatos à sucessão presidencial estadunidense de novembro de 2008. O Chile da Concertación teve poucas linhas, apenas a mudança no gabinete de Michele Bachelet.

Bush em sua viagem inútil à região conflagrada há muitos e muitos anos quis fazer marketing. Ironia da história. Visitou o Museu do Holocausto, para contentar o lobie judaico, que terá papel relevante na eleição de novembro. Os meios de comunicação informaram que Bush se emocionou etc e tal. Nenhum órgão de imprensa, pelo menos dos mais conhecidos, lembrou de um fato que compromete não apenas o próprio Bush como os dirigentes israelenses que o acompanhavam.

O avô de George Walker Bush, um senhor de nome Prescott enriqueceu fazendo negócios com o III Reich de Adolf Hitler. Ou seja, na prática pode ser considerado também responsável pelas barbaridades cometidas nos campos de concentração. Bush, segundo a mídia, teria comentado que os Estados Unidos deveriam ter bombardeado o campo de Auschwitz. Esqueceu de dizer que este procedimento descontentaria figuras como o avô Prescott.

Até recentemente o nome de Prescott Bush constava de uma lista de traidores, mas em função da ascensão da família, pai e filho, o pai e avô deve ter sido retirado do index...

Dirigentes israelenses, que volta e meia acusam de anti-semitas os críticos da política de Israel contra palestinos, não devem desconhecer as “peripécias” do avô. Não tiveram coragem política de lembrar que os Bush enriqueceram negociando com os nazistas. Apagaram o passado, pois se alinham às políticas do atual presidente estadunidense, mesmo sabendo que ele está em fim de linha.

No caso da libertação das duas reféns, a ex-candidata a vice-presidente Clara Rojas e a ex-senadora Consuelo González de Perdomo pela Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), a direita midiática teve verdadeiros acessos de raiva. A TV Globo e a Globo News acionaram os seus colunistas de sempre para desancar contra o Presidente Hugo Chávez. Tentaram de todas as formas demonstrar que “a missão da Cruz Vermelha” deu certo etc. Procuraram colocar Chávez em plano secundário. Esqueceram que as imagens (da Telesur) mostravam cristalinamente helicópteros e aviões venezuelanos participando da ação desde as selvas colombianas, onde a FARC entregou as duas reféns. A Folha e o Estado de S. Paulo não fizeram por menos.

Chávez, sem dúvida, apesar da mídia conservadora, foi a figura de destaque no episódio. Colocou uma questão importante para debate, que deixou a direita ainda mais desesperada. Há mais de 40 anos a Colômbia vive conflagrada. As guerrilhas ocupam um terço do território. O jogo está empatado, ou seja, nem o governo nem a FARC ou o ELN (Exército de Libertação Nacional) vão ganhar a disputa. A única solução é, sem dúvida, o diálogo, que, segundo Chávez, deve começar pelo reconhecimento das duas forças guerrilheiras como insurgentes e não como terroristas, como exigem os Estados Unidos.

E isto, para começar a tentar evitar que as coisas continuem num beco sem saída de sangue, suor e lágrimas. Não se trata de se ser contra ou a favor da FARC ou ELN. Álvaro Uribe, o presidente colombiano, já descartou esta possibilidade. Sabem por que? Elementar, caros leitores, a pacificação da Colômbia, com a aplicação da Convenção de Genebra por parte dos insurgentes, significará na prática o sepultamento político de Uribe.

Nenhum comentário: