sexta-feira, fevereiro 15, 2008

JOSÉ SERRA - O VAMPIRO DO PSDB

Derrota deixa Serra pior na eleição paulistana Ponte fundamental para as eleições presidenciais de 2010... Ponte fundamental para as eleições presidenciais de 2010, o pleito deste ano, para prefeito de São Paulo, começa muito mal para o governador José Serra, que se considera pré-candidato único, inarredável e de forma indiscutível no PSDB. Serra sofreu fragorosa derrota, ontem, na eleição do deputado José Aníbal (SP), como novo líder da bancada do PSDB na Câmara.

Esta veio se somar à coleção de derrotas que ele acumula nas últimas semanas, entre as quais um xeque-mate do governador de Minas Gerais, Aécio Neves e as dificuldades, cada vez maiores, de alijar a candidatura Geraldo Alckmin à prefeitura paulistana este ano. Serra - aliado ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - quer Alckmin fora do páreo na eleição de outubro próximo; quer o apoio do PSDB à candidatura à reeleição do prefeito da Capital, Gilberto Kassab, do DEM; em troca quer amarrar desde já o apoio deste partido à sua candidatura a presidente da República em 2010. A eleição de Aníbal como líder, com o apoio de Alckmin e de Aécio, complica a situação do Governador José Serra. Não só pela derrota de Arnaldo Madeira (PSDB-SP), seu candidato a líder da bancada na Câmara dos Deputados, mas pelo que significa, no campo simbólico e da imagem, na sucessão em São Paulo e no Brasil.

Aécio Neves, Geraldo Alckmin e os defensores da candidatura própria tucana a prefeito de São Paulo este ano, ao elegerem José Aníbal para a liderança tucana na Câmara, venceram Serra de forma humilhante, porque puseram fim ao seu domínio na liderança da bancada federal que já durava oito anos. Com esta vitória de Aníbal ontem - e dos que o apóiam - fica evidente que Alckmin pode vencer a convenção do PSDB na capital paulista e ser o candidato do partido contra Kassab, o atual prefeito, candidato a reeleição pelo DEM com o apoio de Serra. Outro sinal evidente na eleição ocorrida na Câmara dos Deputados é que Aécio Neves não se renderá facilmente a uma suposta maioria serrista no PSDB nacional. Ele continua na disputa para candidato a presidente em 2010 e deu esta semana, em Belo Horizonte, um segundo xeque-mate em Serra. Já dera um antes, em um jantar, quando avisou a Serra que não aceita o apoio tucano ao candidato do DEM, Kassab este ano; e nem concorda em atrelar 2008 a 2010 - não quer acordos PSDB-DEM este ano, em São Paulo, para serem mantidos nos próximos dois anos, quando haverá a eleição presidencial.

Esta semana Aécio fechou um acordo com o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, do PT, pelo qual petistas e tucanos apóiam um só candidato, o do PSB, na eleição de outubro, para a prefeitura daz capital mineira. Têm grandes chances de vencer. O PSB já governou BH com o prefeito Célio de Castro, que tinha como vice no primeiro mandato o hoje ministro Patrus Ananias, do PT. Num segundo mandato, que Célio não terminou por problemas de saúde, seu vice era Fernando Pimentel, que se reelegeu prefeito. Com a autoridade de melhor prefeito da capital mineira, Pimentel, apesar dos obstáculos que encontrará na parte do PT que quer candidatura própria, tem amplo respaldo na cidade, aferido por pesquisas, e dá a largada com vantagem para fazer o seu sucessor.

Com esse quadro na Câmara dos Deputados, em São Paulo e em Minas, dificilmente Serra pode aspirar e se considerar, desde já, o candidato do PSDB à sucessão de Lula. Este quadro consumado, que ele tem pressa em fechar, está longe. Fora o fato de que o PT, com o apoio do PMDB e do Presidente Lula, deve ter um candidato, ou conversar sobre apoio à legítima e necessária candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) pela coalizão PC do B-PSB-PDT. Como vemos há muita água para passar por baixo dessa ponte antes de 2010. Há principalmente estas eleições de 2008 nas quais Serra começou e continua muito mal. Escrito por José Dirceu.

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