sábado, julho 04, 2009

A tragédia e a farsa

Oposição quer dar o tapetão na democracia!


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Mauro Santayana, JB Online


“Elegante e moderado, enquanto viveu, o excelente médico e homem público José Aristodemo Pinotti contribuiu, com sua morte, para que arrefecessem os ânimos no Senado, na tarde de ontem. Presidindo a sessão de homenagem ao morto, o senador José Sarney pediu que os discursos se limitassem à sua memória, mas não teve êxito. O senador Arthur Virgílio quebrou o rito, ao anunciar que venderá propriedades da família, a fim de ressarcir o Tesouro do dinheiro que foi pago a um funcionário que, lotado em seu gabinete, viveu em Paris, durante mais de um ano.
Essa crise no Senado está muito distante da versão shakespeareana do complô contra César: não conseguimos ver, sob a manga da túnica de Arthur Virgílio, nem sob as dos outros que a ele se unem, o punhal de Brutus e de seus companheiros de conjura. Os punhais de hoje são metafóricos, e o senador pelo Amazonas não tem as dimensões trágicas de Marcus Brutus. O que se passa no Senado está mais para uma pantomima da commedia dell’arte do Renascimento Italiano.
Quaisquer que tenham sido os erros do senador Sarney na presidência do Senado, eles não são exclusivos do político do Maranhão. A cultura da tolerância permitiu que a representação parlamentar se degradasse a esse ponto. A longa experiência política do ex-presidente da República o devia advertir que, com os inimigos e adversários que reuniu durante décadas, devia precaver-se. Mas, pelo que vemos, quaisquer tenham sido os seus erros, ele se encontra em condições de devolver, aos honourable and wise men, todas as pedras que lhe são atiradas. Falta autoridade a Arthur Virgílio para pedir o afastamento do presidente do Senado, depois de ter confessado alguns de seus próprios pecados. ..

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