terça-feira, maio 04, 2010

Datafolha: uma rodada de inutilidades significativas

“A pesquisa Sensus foi questionada judicialmente pelos aliados de Serra. Já o Datafolha e o Ibope devem ser “interpretados com maior rigor científico," para o que são chamados "cientistas políticos”do Instituto Millenium, versão moderna do velho IPES, um dos catalisadores do golpe de 64.



Após nova rodada de pesquisa do Datafolha, tudo terminou como fora previsto. O instituto confirmou o desejo dos donos do jornal, os vaticínios de seus articulistas militantes e a vocação partidária da grande imprensa corporativa. Como era de se prever, o levantamento, sob geral e justificada descrença, revela um mero exercício de acrobacia. Uma inutilidade tão grande que é legítimo se perguntar a quem interessa a pantomima?

Ao justificar o motivo de pesquisas em intervalos tão curtos, o jornalista Fernando Rodrigues explica que "O Datafolha realizou esta pesquisa agora porque também havia feito um levantamento em 24 e 25 de fevereiro, cinco dias após o lançamento oficial da candidatura da petista Dilma Rousseff. Agora, a coleta dos dados se dá também cinco dias após a festa do PSDB para José Serra se lançar na disputa."

Nem o Barão de Itararé teria produzido melhor script. Nem o circo pegou fogo, nem os trapezistas caíram da corda bamba. Até os diversos palhaços já não conseguem provocar o riso. A platéia, outrora tão influenciável, faz parte do espetáculo e as feras, embora soltas, nada mais fazem senão aprofundar a crise de credibilidade de certos institutos e meios de comunicação. A arte da política comporta cálculos arriscados. Dependendo da estatura ética do atirador, qualquer disparo só alveja o próprio pé.”

Gilson Caroni Filho, Carta Maior

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