sexta-feira, maio 18, 2007

"Morte é inevitável para quem quer morrer", diz Miguel Jorge sobre empresas

IVONE PORTES
Editora-assistente de Dinheiro da Folha Online

"A morte é inevitável só para quem quer morrer". A afirmação, referente a empresas, foi feita hoje pelo ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, após encontro com representantes do setor industrial na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Nesta quinta-feira, o ministro já havia afirmado que o dólar baixo e a competição com produtos importados vai causar a morte de empresas brasileiras, o que, para ele, "é normal".

"Eu disse [ontem] que como os homens, como as pessoas que envelhecem, que ficam doentes, e morrem, há empresas que estão velhas, que estão doentes, e que não serão medidas artificiais que farão com que elas sobrevivam", explicou Miguel Jorge hoje.

De acordo com o ministro, o governo já estuda iniciativas que poderão ser tomadas em conjunto com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para ajudar na reestruturação das cadeias produtivas ligadas ao setor exportador que estão sofrendo com a conjuntura atual, como a invasão de produtos importados no mercado brasileiro --principalmente provenientes da China-- e a queda do dólar em relação ao real.

Entres as iniciativas que poderão ser adotadas pelo BNDES, o ministro citou como exemplo os empréstimos especiais, contratação de consultorias especializadas em reestruturação de empresas, financiamento para a aquisição de equipamentos importados, além da importação de equipamentos que não são fabricados no Brasil sem impostos.

Sobre as medidas de desoneração que o governo federal poderá anunciar para o setor exportador, Miguel Jorge afirmou que ainda não há prazo para serem anunciadas, mas que não deve passar de um ou dois meses.

O ministro da Fazenda, por sua vez, disse nesta tarde que tais medidas devem ser anunciadas ainda no primeiro semestre. Ele se referiu principalmente à desoneração da folha de pagamento de setores prejudicados pelo câmbio.

Miguel Jorge afirmou ainda que considera "absolutamente válidas" as reivindicações de desoneração da folha de pagamento feita por empresas voltadas para as exportações e que dependem de mão-de-obra intensiva.

Ele avalia, entretanto, que por mais que o governo tome medidas para compensar as perdas de empresas com a valorização do real, alguns setores continuarão insatisfeitos.

"Para alguns setores podem ser suficientes [essas medidas], mas para outros não. Exatamente por isso entra o BNDES, que trabalha em financiamentos para os investimentos", disse.

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